sábado, 1 de setembro de 2012

La invencion de Morel

Comentário:  Todo registro ou signo da realidade te uma vida emprestada, quer dizer, representa algo que está fora do registro e continua a existir apesar do registro. Por mais perfeito que o registro possa ser, por mais perfeita a invenção de Morel, há sempre uma disparidade, há sempre algo do objeto que o signo não pode capturar. Entre as coisas e os signos abre-se um hiato. O signo está no lugar do objeto. O signo pode representar o objeto, mas não poder ser o objeto. O signo pode ser até mesmo uma emanação do objeto, como é o caso da fotografia, do filme, do vídeo. da holografia, mas o objeto que foi fotografado, filmado, videografado, holografado continua ter uma existência independente, fora do signo em que foi capturado. É exatamente essa radical impossibilidade do signo de estreitar a fenda que o separa e diferencia do objeto registrado ou representado que La invencion de Morel eterniza. A máquina de Morel tudo podia eternizar e registrar, as aparências, as sensações, a tridimensionalidade dos corpos e seus suores. Só não podia eternizar a consciência pois esta  somente presente nos seres vivos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Livro: Imagem, Cognição, semiótica e Mídia - Lucia Santaella

Página 15
O mundo das imagens se divide em dois domínios. O primeiro é o domínio das imagens como representações visuais: desenhos, pinturas, gravuras, fotografias e a imagens cinematográficas, televisivas, holo e infográficas pertencem a esse domínio. Imagens, nesse sentido, são objetos materiais, signos que representam o nosso ambiente visual. O segundo é o domínio imaterial das imagens na nossa mente. Neste domínio, imagens aparecem como visões, fantasias, imaginações, esquemas, modelos ou, em geral, como representações mentais. Ambos os domínios da imagem não existem separados, pois inextricavelmente n ligados já sua gênese. Não há imagens como representações visuais que não tenham surgido de imagens na mentes daqueles que produziram, do mesmo modo, que não há imagens na mente mentais que não tenham alguma origem no mundo concreto dos objetos visuais.

SEMIÓTICA DA FOTOGRAFIA - PÁGINA 107

Característica semiótica mais notável da fotografia reside no fato de que a foto funciona, ao mesmo tempo como ícone e índice. Por um lado, ela reproduz a realidade através de (aparente) semelhança; por outro, ela tem uma relação causal com realidade devido às leis da ótica. Por esse motivo, a imagem fotográfica é um "ícone indexical".

PÁGINA 115

ASPECTOS DO PROCESSO FOTOGRÁFICO

1. O fotógrafo como agente 

Segundo Flusser: Quem observa os movimentos de um fotógrafo munido de aparelho (ou de um aparelho munido de fotógrafo) estará observando movimento de caça. O antiquíssimo gesto do caçador paleolítico que persegue a caça  ma tundra. Com a diferença  de que o fotógrafo não se movimenta em pradaria aberta, mas na floresta densa da cultura.

O mundo é entendido como território de caça fotográfico que se divide em dois grupos, observadores e observados. Controlar as imagens se converte, assim, em uma forma potencial de poder. Não se trata, entretanto, de um caçador neutro, mas de um caçador compulsivo.

2. O gesto fotográfico

Em seu magnífico ensaio grandeza e mistério de uma caixinha sagaz Arthur Omar. também chamou  atenção para  a necessidade de realizar  a ANATOMIA  do ato fotográfico que seja capaz de detalhar a sua estranha especificidade, fazendo a taxonomia dos elementos vindos de outas zonas da cultura que se entrecruzam e se recombinam de forma quando ele eclode. segundo Omar é transfiguração subjetiva proporcionada pelo ato.Na relação entre pensamento e luz, na alteração de ser que ocorre quando o pensamento e a luz se encontram no interior da câmera.

Ler o texto Las babas del diablo e assistir o filme Blow up de Antonini

3. O aparelho ou dispositivo como meio

Flusser definiu as imagens técnicas como aquelas que são produzidas por aparelhos que, por sua vez , são produtos de técnica, trazendo em si os atributos de um novo paradugma na produçào de imagens.
Foi Flusser dedicou grande atenção as questões implicadas no trinômio instrumento, máquina e aparelho
Para ele, os instrumentos se caracterizam pelo prologamento dos orgãos. A diferença fundamental é entre instrumentos e aparelho é que, enquanto os primeiros trabalham, os segundos não trabalham. É por isso que para ele, os fotógrafos não trabalham, agem, pois produzem símbolo, manipulando-os e armazenando-os. Na realidade, o que Flusser buscava aí estabelecer é a diferença entre máquinas que são utilizadas para a produção industrial de bens materiais os instrumentos, de um lado,  de outro, as máquinas são capazes de produzir e reproduzir signos, os aparelhos, que foram inaugurados pela câmera fotográfica.  Essa capacidade de produção sígnica, inscrita na própria materialidade dos aparelhos, Flusser chamou de programação. Por esse prima, o que caracteriza o aparelho fotográfico é estar programado, sendo as fotografias realizações de potencialidades inscritas no aparelho. Disso decorre a complementariedade entre fotografo e aparelho, a competência do fotógrafo e sua habilidade lúdica para explorar os potenciais da programação, devendo ser parte da competência do aparelho.

4. Fotografia: Ato revelado

No livro a câmara clara com conceito de STUDIUM , o interesse que uma fotografia pode despertar, apelo ao receptor. Do outro lado, o conceito de PUNCTUM numa fotografia é aquele acaso que nela fere, mortifica, apunhala, pormenor que salta da cena, como uma seta ferida, marca feita por instrumento aguçado.  Sobre o choque que consiste menos em traumatizar do que em revelar o que estava bem escondido, que o próprio autor desconhecia ou de que não estava consciente.

Barthes elaborou uma gama de surpresas que os fotógrafos chama de performance

1- Raro,  a raridade do referente
2- Reprodução de gesto colhido num momento da sua execução em que olhar normal não pode imobilizá-lo, quer dizer quando a foto imobiliza uma cena rápida no seu tempo decisivo.
3- Proeza
4- Contorções da técnica.
5- Descoberta uma cena natural que o bom repórter teve gênio, isto é, a oportunidade de surpreender

5. Fotografia e referente

Em câmara clara Barthes escreveu um ensaio praticamente dominado pela interpretação da fotografia  sob o angulo das aparições do referente. Dubois em o ato fotográfico veio dar aderência do referente na fotografia uma leitura baseada na teoria dos signos de Pierce. Usando como ponto de partida as distinção entre ícone, índice e simbolo. Descartando como espelhos do real e sim como tracos do real.

Como signo indicial temos quatro princípios:

1. conexão física
2. singularidade
3. designação
4. testemunho

6. A distribuição fotográfica

A multiplicação infinita de fotos através uma matriz reprodutora, o negativo.
Ao mesmo que armazenam o mundo, as fotografia incitam seu próprio armazenamento. São guardadas em álbum  emolduradas e colocadas sobre a mesa. Sã ritualio exibidas em jornais, revistas, classificadas pela policia.
Segundo Flusser, as fotografia são como folhas esperando serem distribuídas pelo processo de multiplicação    ao infinito. Com os deslocamento da fotografia para o  computador mesmo assim, a fotografia  tem algo de arcaico,  a sua subordinação ao suporte. A distribuição acabou por predeterminar a produção  Quando fotografa, o fotografo o faz em função do canal em que sua foto sera distribuída, que dizer, em função de determinada publicação.

7. A recepção da fotografia

Partindo do ato de fotografar e o ato de decifração

1. A fotografar pode virar mania de torrentes de fotografia

2. Ações ritualizadas pelas quais são recebidas as torrentes de fotografias que sobre nós derramam.








O que é semiótica _ Lúcia Santaella


O signo é uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se
carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele. Ora, o signo não é o objeto. Ele apenas está no lugar do objeto.Portanto, ele só pode representar esse objeto de um certo modo e numa certa capacidade. Por exemplo: a palavra casa, a pintura de uma casa, o desenho de uma casa, a fotografia de uma casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma casa, ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos do objeto casa. Não são a própria casa, nem a ideia geral que temos de casa. Substituem-na, apenas, cada um deles de um certo modo que depende da natureza do próprio signo. A natureza de uma fotografia não é a mesma de uma planta baixa.




O objeto imediato (dentro do signo, no próprio signo) diz respeito ao modo como o objeto dinâmico (aquilo que o signo substitui) está representado no signo. Se se trata de um desenho figurativo, o objeto imediato é a aparência do desenho, no modo  como ele intenta representar por semelhança a aparência do
objeto (uma paisagem, por exemplo). Se se trata de uma palavra, o objeto imediato é a aparência gráfica ou acústica daquela palavra como suporte portador de uma lei geral, pacto coletivo ou convenção social que faz com que essa palavra, que não apresenta nenhuma semelhança real ou imaginária com o
objeto, possa, no entanto, representá-lo.



O interpretante imediato consiste naquilo que o signo está apto a produzir numa mente interpretadora qualquer. Não se trata daquilo que o signo efetivamente produz na minha ou na  sua mente, mas daquilo que, dependendo de sua natureza, ele pode produzir. Há signos que são interpretáveis na forma de qualidades de sentimento; há outros que são interpretáveis através de experiência concreta ou ação; outros são passíveis de interpretação através de pensamentos numa série infinita. Daí decorre o interpretante dinâmico, isto é, aquilo que o signo efetivamente produz na sua, na minha mente, em cada mente singular. E isso ele produzirá dependendo da sua natureza de signo e do seu potencial como signo. Por exemplo: há signos que só produzirão sentimentos de qualidade.


O interpretante dinâmico. Se você recebe uma ordem de alguém que tem autoridade sobre você, por respeito ou temor, essa ordem produzirá um interpretante dinâmico energético, isto é, uma
ação concreta e real de obediência, no caso, como resposta ao signo. Se o signo for convencional, ou seja, signo de lei, por exemplo, uma palavra ou frase, o interpretante será um pensamento que traduzirá o signo anterior em um outro signo da mesma natureza, e assim ad infinitum. Este outro signo de caráter lógico é o que Peirce chama de interpretante em si. Este consiste não apenas no modo como sua mente reage ao signo, mas no modo como qualquer mente reagiria, dadas certas condições. Assim, a palavra casa produzirá como interpretante em si outros signos da mesma espécie: habitação, moradia, lar,
"lar-doce-lar" etc.






O poder do Mito Joseph Campbell & Bill Moyers

http://vimeo.com/16395054

Os heróis abandonam uma condição para encontrar a fonte da vida e chegar a uma condição diferente mais rica e madura. Nascer é um ato heroico. É a aventura de descobrir qual é o seu destino e sua natureza e orig

Significado mitológico do ventre??

É descer até a escuridão. Jonas e a baleira é uma tema padrão. Entrar no ventre da baleia e sair novamente/ Por que? A baleia representa a personificação de tudo que está no inconsciente. Numa leitura psicológica, a água é o inconsciente. A criatura na água seria o dinamismo do inconsciente que é perigoso e poderoso que tem que ser controlado pelo consciente que é o herói. O primeiro estágio do herói é quando ele deixa o refúgio da luz, que ele conhece e controla, e ir até a beirada onde o monstro vem encontrá-lo. O mito está na referência  onde metáforas se referem as coisas absolutamente transcendentais. O que não pode ser reconhecido exceto na nossa frágil tentativa de revesti-lo como linguagem.

Os sonhos são manifestações em forma de imagens das energias do nosso corpo em conflito. E tudo isso é mito. O mito é uma manifestação em imagens simbólicas e metafóricas de nossas energias internas mobilizadas pelos órgãos do corpo em conflitos entre si. Os mitos são modelos a vida. O mito incorpora as máquinas assim como como os antigos mitos incorporavam as ferramentas do antigos.

O mito de várias funções. A função básica é abrir o mundo para a dimensão do mistério. Depois vem o aspecto cosmológico do mito. Ver o mistério tal como se manifesta através das coisas de modo que o universo se torne uma espécie de imagem sagrada.E através dela, você se dirige ao mistério transcedental. A função sociológica é de validar ou conservar uma certa sociedade. É esse o lado  que passou  a predominar no nosso mundo. A quarta função é a pedagógica. O mito pode ensinar. O ritual é representação do mito. Os artistas são criadores de mitos.

Livro A cultura da convergência -  Henry Jenkins página 30

Os mitos são modelos de vida. O mito incorpora as máquinas assim como os antigos mitos incorporavam as ferramentas dos antigos. Hoje não vivemos um novo mito que sustenta um novo modelo de vida??? A revolução digital: o mito de que as novas tecnologias midiática irão substituir sistemas de mídia mais antigos. Dessa forma, hoje em dia os protocolos associadas a práticas sociais e culturais crescem em torno  dessas mudanças tecnológicas. A convergência não ocorre por meio de aparelhos, por mais sofisticados que venham ser. A convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais em e em suas interações sociais com os outros. Cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal,  a partir de pedaços e fragmentos de informações extraídos do fluxo mediáticos e transformados em recursos através das quais compreendemos nossa vida cotidiano.